Pode ser considerada uma atmosfera explosiva a mistura de substâncias inflamáveis na forma de gases, vapores, poeiras ou fibras com o oxigênio. E dependendo das condições atmosféricas, havendo fonte de ignição ou faísca, a combustão se propaga e pode ocorrer a explosão, ou seja:
combustível + oxigênio do ar + faísca = explosão
Esses ambientes, de atmosferas propícias a uma explosão, são encontrados em vários segmentos da indústria, como o petroquímico, de alimentos, em usinas de açúcar e etanol, farmacêutico, têxtil, papel e celulose, entre outros.
As atmosferas explosivas estão classificadas de acordo com a ABNT NBR IEC 60079-10 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Parte 10: Classificação de Áreas e suas normas complementares.
Como reconhecer uma atmosfera explosiva
Para começar, é preciso saber qual o tipo de substância inflamável encontrada no ambiente e suas características. Bem como qual a probabilidade de ser liberada para o meio externo e também as condições ambientais.
Veja quais são os grupos de gases e vapores inflamáveis, poeiras e fibras combustíveis que podem ser encontrados nas indústrias:
Denominação ABNT NBR IEC para gases e vapores inflamáveis:
– Grupo II A – Propano;
– Grupo II B – Etileno;
– Grupo II C – Acetileno/Hidrogênio.
Denominação ABNT NBR IEC para poeiras e fibras combustíveis:
– Grupo III A – Fibras combustíveis;
– Grupo III B – Poeiras não condutivas;
– Grupo III C – Poeiras condutivas.
Assim, para evitar qualquer risco de explosão, é imprescindível que as temperaturas das superfícies dos motores das máquinas e equipamentos estejam sempre abaixo da temperatura de ignição da mistura explosiva. Observe no quadro explicativo abaixo:
Classes de temperatura (ºC)
IEC/ABNT Temperatura máxima de superfície
T1 450 ºC
T2 300 ºC
T3 200 ºC
T4 135 ºC
T5 100 ºC
T6 85 ºC
Áreas classificadas e atmosferas explosivas
A relação entre áreas classificadas e atmosferas explosivas é a seguinte: em áreas classificadas, sempre há atmosferas explosivas (exemplo, um tanque de armazenamento de álcool). Porém, nem todos os lugares onde existam essas atmosferas são considerados áreas classificadas (cozinha de casa com vazamento de gás). Quando se desenvolve um projeto para áreas classificadas, certamente haverá atmosferas explosivas.
O trabalho de classificação dessas áreas numa unidade industrial começa com a análise da probabilidade da existência ou surgimento de atmosferas explosivas nos diferentes locais e definidas como Zonas 0, 1 ou 2, 20, 21 ou 22. (Veremos mais sobre isso nos itens definições de zoneamentos)
Portanto, a existência de produtos que possam gerar essas atmosferas explosivas: gases ou líquidos inflamáveis, poeiras ou fibras combustíveis. Estes podem ser liberados para o ambiente pelos equipamentos do processo, como tampas, tomadas de amostras, bocas de visita, drenos, ventos, respiros, flanges, etc. e são fontes de risco pela possibilidade de vazamento onde estão.
Estas fontes de risco são classificadas em graus, dependendo da duração e frequência das atmosferas explosivas criadas:
– Grau contínuo: fontes que geram risco de forma contínua ou durante longos períodos. Exemplo: a parte interna de um tanque de armazenamento de inflamáveis, do tipo atmosférico.
– Grau primário: fontes que geram risco de forma periódica ou ocasional durante condições normais de operação. Exemplo: respiro desse mesmo tanque, por ter saída de vapores do produto toda vez que o nível do mesmo aumentar.
– Grau secundário: aquelas que geram risco somente em condições anormais de operação e por curtos períodos. Exemplo: flanges com envelhecimento da junta ou desaperto de parafusos podem vazar ou também por perda do controle de nível.
Definição dos zoneamentos
A seguir, as zonas e seus agentes atuantes.
Gases e vapores
Zona 0 – Local onde a ocorrência de mistura inflamável ou explosiva por gases ou vapores é contínua ou em longos períodos.
Zona 1 – Local onde a atmosfera explosiva ocorre ocasionalmente e em condições normais de operação, geradas por fontes de risco de grau primário.
Zona 2 – Local onde a atmosfera explosiva está presente somente em condições anormais de operação e por curtos períodos de tempo, geradas por fontes de risco de grau secundário.
Poeiras e fibras
Zona 20 – É um ponto em que a atmosfera explosiva, em forma de nuvem de poeira, está presente de forma permanente, por longos períodos ou ainda frequentemente. Estas zonas, igual que gases e vapores, são geradas por fontes de risco de grau contínuo.
Zona 21 – Lugar em que a atmosfera explosiva em forma de nuvem de pó está presente em forma ocasional, em condições normais de operação da unidade. Estas zonas, igual que gases e vapores, são geradas por fontes de risco de grau primário.
Zona 22 – Espaço onde a atmosfera explosiva em forma de nuvem de pó existirá somente em condições anormais de operação e se ocorrer será por curto período de tempo. Estas zonas, igual que gases e vapores, são geradas por fontes de risco de grau secundário.
Demarcação das áreas classificadas
O que demarca as áreas classificadas é o desenho de classificação, que serve para mostrar as existentes. Junto com graus de risco (zonas) e extensões, trata de volumes de risco. De acordo com a norma, todas as fontes e produtos que geram riscos. Bem como suas condições de processos devem ser identificadas neste documento.
Proteção e segurança – a importância da manutenção
Nas indústrias, vemos que as condições de segurança estão cada vez mais exigentes, pois proteger o patrimônio e, principalmente, os trabalhadores, é fundamental. Então, em ambientes industriais reconhecidos como áreas classificadas, se exige o uso de equipamentos Ex (anti explosão) certificados para trabalharem nesses locais.
Conte também fornecedores de confiança na hora de substituir peças, válvulas, filtros, acessórios. E o que mais for preciso.
Segurança é essencial para manter a produtividade. E as máquinas e equipamentos funcionando plenamente.
Equipe Vaportec