O processo de compressão do ar promove a concentração dos contaminantes presentes em sua composição. Partículas sólidas presentes no ar comprimido podem danificar ou até mesmo destruir ferramentas pneumáticas, redes de distribuição ou o produto que está sendo produzido. A presença de partículas sólidas no ar é imperceptível visualmente, sendo necessário a utilização de filtros para sistemas de ar comprimido no sentido de realizar a remoção tanto de partículas sólidas quanto de óleos e hidrocarbonetos.
Outro contaminante presente nos sistemas de ar comprimido é a umidade que forma condensados pela ação da compressão. Para eliminar a umidade e também os condensados é necessário o uso de purgas juntamente com o uso de filtros.
As especificações da qualidade e da testagem do ar comprimido seguem as premissas das normas séries ISO 8573; séries ISO 12500 e a ISO 7183. Essas séries padronizam a pureza do ar comprimido em termos de concentração máxima de partículas sólidas; máximo conteúdo admissível de água; máxima quantidade de óleos e hidrocarbonetos.
No atendimento das premissas quanto à pureza do ar comprimido é necessário observar alguns cuidados com o uso dos filtros, com dimensionamento correto desse equipamento e substituição dos elementos filtrantes quando necessário.
A sobredimensão dos filtros em linha de ar comprimido impõe quedas de pressão mais elevadas e desnecessárias, contribuindo consequentemente para o aumento da ineficiência energética do sistema.
Quanto ao elemento filtrante, ao longo do tempo de uso surgem depósitos de partículas, levando à colmatação. Nesse caso, ocorrem problemas para o processo, com redução da eficiência do sistema, quedas na pressão dos filtros ou mesmo a contaminação do produto final. Para obter a entrega do nível de pressão no sistema, o compressor opera com aumento da pressão, o que eleva o consumo de energia em até 10%, com aumento nos custos de funcionamento do equipamento.
Logo, a aplicação inteligente de filtros em sistemas de ar comprimido com dimensionamento correto e manutenção dos elementos filtrantes, promove a redução de custos em vários sentidos. São economias que se dão tanto na redução de danos ao sistema e seus equipamentos, pela obtenção de eficiência energética e na qualidade do produto final.
CARMEN THOMAZI – carmen@davinciprojetos.com.br
Engenheira Química e diretora na Da Vinci Projetos. Membro do conselho de gestão de várias empresas e docente na Educação Executiva da Faculdade FIPECAFI. Possui experiência em gestão de processos e gestão de pessoas. Executa o planejamento, organização e direção em projetos de gestão sistêmica e educação corporativa.